No dia 21 de dezembro de 1913, o jornal New York World (o mesmo que tinha lançado o Yellow Kid, a suposta primeira HQ de todos os tempos) publicou, pela primeira vez no mundo, uma nova forma de charada: as palavras cruzadas. Se no primeiro momento, a invenção passou quase desapercebida pelo grande público, logo se transformou em uma febre, virou tema de letras de jazz, se espalhou pelo mundo, criou impérios editoriais e apareceu em filmes nas mãos do Batman e de Marcello Mastroianni.
Foi usada para selecionar agentes dos serviços secretos durante a Segunda Guerra Mundial e Simone de Beauvoir reclamou que as palavras cruzadas haviam sido proibidas pelo governo de ocupação nazista, que temia o uso delas como meio da Resistência se comunicar por mensagens cifradas. O escritor Vladimir Nabokov foi o pioneiro das palavras cruzadas russas, batizando-as “krastoslovicy” e o poeta francês Georges Perec cuidou da seção de “mots croisés” da revista Le Point até o fim da vida. As palavras cruzadas se tornaram o passatempo favorito de empregados e desempregados, de intelectuais e taxistas, de presidiários e monarcas.
Fun, do italiano Paolo Bacilieri, conta essa história a partir de uma pesquisa impecável, que apresenta de maneira ousada, explorando as conexões entre a linguagem visual das palavras cruzadas e a dos quadrinhos. Mas Bacilieri conta também uma história de suspense, com um atentado que envolve um escritor respeitado (à la Umberto Eco), um roteirista da Disney e um misterioso grupo de guerrilha situacionista. E como se isso fosse pouco, Fun é mais do que tudo um grande romance sobre a cidade de Milão. Um passeio por sua história, suas paisagens, seus dramas e comédias cotidianas. Fun é uma charada para se ler e reler.
Frases de imprensa:
“Vigoroso, divertido e bem fundamentado… Fun é fascinante”
“Espetáculo para os olhos, alimento para a mente”
– La República
“É como um tabuleiro de jogo com palavras e imagens, e o leitor é convidado a ‘resolver’ um quebra-cabeça cujas pistas são reveladas na forma de textos, imagens, subtramas e personagens”.
– Scroll
“Desenhos lindos, um fascinante quebra-cabeça em forma de história (…) Absolutamente magistral”
– Bookmunch
“É um desses projetos que cria uma espécie de ‘inveja da criação’”
– LerBD
“Densa, literária, cheia de um charme louco, essa história concebida como uma colcha de retalhos alterna o límpido e o absurdo, o supérfluo e o essencial. Paolo Bacilieri brilha no traço e no roteiro”
– Télerama
“Em suas histórias dentro de histórias, a linguagem dos quadrinhos é embaralhada e adaptada à vontade do narrador”
– Lo Spazio Bianco
“Por meio de histórias que se situam entre o metafórico e um cotidiano fantástico, Bacilieri nos alerta sobre a precariedade e a complexidade da vida contemporânea”
– Bilbolbul
“Um romance que tem perspectiva histórica, tornada mais profunda e apurada pelo narrador/personagem escolhido: o culto professor Pippo Quester, dublê do saudoso Umberto Eco”
– Il Manifesto
312 páginas
23.4 x 16.6 x 2.8 cm
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